15.3.11

segundo ano: 1995

Nunca é tarde …

Nunca é tarde para tentar
se encontrar, se perdoar, se amar,
se respeitar, se viver...
Mas se você acha que o tempo já passou.
Tente assim mesmo,
encontrar a si mesmo,
perdoar os que te feriram,
amar só por amor,
respeitar todos que tem sentimentos
e viver sempre a vida.
17.01.95



Sol, mar e vento

Caminhando pela praia com o sol
a bater no meu rosto
e o vento a enrolar-se nos meus cabelos.
Sinto como se a minha vida
se resumisse apenas a esse momento.
Único e mágico.
Parece que o passado não existe
é apenas eu, o sol, o mar e o vento.
Num simples e único momento,
mas que também é pura alegria
e por isso transforma-se numa vida inteira.
17.01.95




Mar

Doce mar me surge a frente.
Calmo e sereno,
me fazendo adormecer e sonhar.
Mas esse doce mar é enganoso.
Não se iluda, pois de uma hora para outra
ele se torna furioso,
fazendo estremecer a areia em volta
como se fosse exterminá-la.
Então o sono e o sonho acabam
ficando apenas a rede solitária na varanda
balançando ao vento.
18.01.95




Um bando de borboletas

Se os sonhos em seu coração se debaterem
em busca de liberdade,
deixe-os voarem livres
numa revoada , como um bando de borboletas.
Carregadas pelo vento para o infinito.
Mas não esqueça de protegê-los,
pois eles podem voar e se perderem.
Não voltando mais ao seu coração.
23.01.95




O progresso do tempo

O tempo passa, voam-se as horas.
As pessoas mudam
de dentro para fora.
Os sonhos ficam.
As horas mudam, o tempo voa.
As pessoas demoram a se modificar,
os sonhos ainda ficam.
O tempo muda, as horas passam.
As pessoas voam, vão para a eternidade
e os sonhos?
Os sonhos renascem em outros corações.
23.01.95






Solidão a Dois


Da festa fez-se a tristeza,
da alegria a agonia.
Está solitária a casa no alto da montanha,
apenas um ipê amarelo
faz-lhe companhia.
Mudaram-se todos para a capital,
lá a esperança brilhava
mais forte nos corações.
Fez-se silêncio na casa abandonada,
apenas um ipê amarelo
balança ao vento
fazendo com que uma chuva
de flores cor de ouro caia
enfeitando-lhe o telhado
como num gesto de compreensão.
Amigos ali se tornaram para sempre,
o ipê amarelo e a casa abandonada
compartilhando da mesma solidão.
14.02.95


Lembranças ao vento

O vento desenrola os fios do meu cabelo
como uma doce carícia 
me fazendo lembrar dos seus toques.
A luz cheia brilha radiosa no horizonte negro.
Observo-a solitária
e solitária a lua também está,
mas ela me faz companhia,
me fazendo sonhar com beijos e abraços.
São toques efêmeros que fazem queimar.
Logo esqueço a realidade
e nada mais existe ao meu redor,
apenas inesquecíveis lembranças
que ficaram marcadas no passado.
17.03.95

Caminho vazio

Não adiante olhar e procurar você.
O caminho está vazio,
assim como meu coração.
Vazio e cheio ao mesmo tempo.
Cheio de lembranças que nós dois vivemos.
O caminho está vazio, continuo a observar,
somente a chuva cai me consolando,
mas faz com que me sinto mais sozinha ainda.
Porque me faz lembrar de nós dois
e eu estou sozinha agora.
A chuva e o caminho vazio,
que não consigo esqueceram
são como companheiros enquanto com o olhar
procuro você no caminho vazio.
07.04.95


Uma doce garota

Lá vai uma doce garota com cara de anjo,
percorrendo sozinha as ruas da cidade
em busca de sonhos,
que não firam suas mãos e nem seu coração.
Suas mãos que inocentes tentam segurar
pesadas e ardentes fantasias.
Seu coração que já sonhador busca encontrar
alegria pelas ruas da cidade
para assim sair espalhando seus sonhos
em cada coração encontrado.
Como se fosse um raio de sol
para aquecer a todos,
em todos os momentos.
01.06.95



Flores Crescendo na Escuridão

Corri o mundo em busca de sonhos.
Encontrei revolta em todos os cantos.
Uma busca de ilusão, encontrei apenas dor,
destroços da esperança.
A paz destruída pela ganância, pela arrogância.
Um odor e podridão envolvendo o mundo.
Flores crescendo na escuridão, sonhos despedaçados,
risos transformados em gritos, corações ressecados
pelo ódio. Gritos, gritos, gritos.
Uma busca de amor, um encontro com a dor.
Mas a esperança é sempre renovada 
apesar de encontrar
guerras e pessoas que odeiam o amor.
Uma busca pelo mundo, onde só nasce e cresce
pessoas de caráter ganancioso e vingativo.
Não surge nunca no fim da viagem uma esperança.
Essa busca, lembrei-me não tem fim,
pois a esperança sempre resiste, apesar de não
encontrá-la no mundo encontro-a em mim.
24.08.95


Ajude-me a Atravessar a Eternidade

Ajude-me a atravessar a noite.
Corro desertas e escuras ruas,
sinto dedos e mãos
a tentarem me agarrar.
A escuridão se apossa das ruas
onde caminho sozinha, sem proteção.
Ajude-me a atravessar os montes.
São escorregadios e íngremes,
machucam meus pés,
fazem-me cair e rolar barrancos,
perco a respiração
ficando cansada e desamparada.
Ajude-me a atravessar a ponte
que leva a vida.
Em baixo fica a morte,
se cair, segure-me a mão.
Segure a minha vida pela mão.
Não deixe que a noite, os montes e a ponte.
Derrubem-me,
desamparem-me,
machuquem-me.
Ajude-me a atravessar a eternidade.
25.11.95



 




 


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Agradeço por sua sensibilidade ao se expressar nesse espaço