16.3.11

Oitavo ano - 2001

Andando pela rua

Não sentimos nada.
Fecha-se os olhos
pra esconder a angústia.
Não escutamos nada,
existem muitas súplicas.
Não queremos enxergar,
nem sentir ou socorrer,
compreender, gritar ...
Quero um abraço, me dá algo ...
Como nos aproximarmos do outro
se estamos de olhos fechados
sem sentir, sem tocar,
tendo medo de se entregar.
E onde estamos agora ?
No meio da multidão sem vê-la ...
Abrace-me, tenho um mundo nos meus olhos,
temos sonhos em volta.
Só queremos sentir,
nem que seja uma lágrima tua a me tocar
ou um raio da lua brilhar no teu olhar.
09.05.01

Há uma luz

Às vezes as noites são muito escuras,
os caminhos parecem fechados aos nossos passos,
os pensamentos se escondem na escuridão.
Às vezes tudo parece estar errado,
perdem-se os rumos da caminhada.
Os pés se cansam, grudam no chão,
nada se enxerga à sua volta
nem mesmo a sua respiração é ouvida.
As vezes acha-se até
que está sozinho no mundo
e que nele não se consegue sobreviver,
mas mesmo que acredite em tudo isso
e um dia resolver parar ...
Em algum momento há de
vislumbrar uma luz,
sempre há uma luz...
E é por ela que não paramos.
No último minuto não paramos,
resolvemos continuar.
13.06.01



Vimos 

Vim
vê-lo.
Vieste
ver-me.
Volte-me
vagarosa.
Voltou-se
vigoroso.
Vimos ...
vergou-se
visão de nós.
Valores encontrados,
viagem de sonhos.
Voltamos juntos.
14.06.01



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